Intercâmbio Londres

Ipojucan e Rogério diante do Big Ben (Créditos: Sarah Macshane - British Council - 2015)

Spectaculu visita Londres em intercâmbio do British Council

 

Em uma ação do programa de intercâmbio Scene Change (British Council / People’s Palace Projects), dois representantes da Spectaculu visitaram em Londres recentemente. O coordenador pedagógico Rogério José de Souza e o aluno de Adereços 2014 Ipojucan Ícaro Teixeira puderam conhecer um pouco da estrutura do ensino técnico britânico e apresentar no Royal Opera House o trabalho da Spectaculu durante o evento de encerramento do Design Challenge 2015, competição entre mais de 500 escolas técnicas britânicas que oferece experiência de trabalho nas áreas de figurino, maquiagem, cenografia e marketing digital.

 

Rogério e Ipojucan encontram pôster da Spectaculu no Young Vic Theatre (Créditos: Sarah Macshane – British Council – 2015)

 

Na segunda quinzena de março, Rogério e Ipojucan estiveram em Londres e conheceram de perto o trabalho de centros de produção e escolas técnicas de artes cênicas parceiros do Scene Change, como o polo cultural High House Production Park e The Backstage Centre. Representantes de algumas das instituições visitadas estiveram na Spectaculu em agosto do ano passado para lançar o Design Challenge no Brasil. “A experiência foi muito rica. Pude conhecer muitas instituições legais, aprimorar meu olhar pedagógico e perceber que estamos no caminho certo”, explica Rogério.

 

Ipojucan mostra a Andrea Stark, chefe-executiva do High House Production Park, portfólio criativo que desenvolveu com os colegas na Spectaculu (Créditos: Sarah Macshane – British Council – 2015)

 

 

Os representantes da Spectaculu também foram convidados especiais do evento final do Design Challenge 2015, que premiou no Royal Opera House os melhores jovens profissionais das áreas técnicas de artes cênicas entre as 500 escolas concorrentes. Eles assistiram à montagem da ópera “Madame Butterfly”, o norte criativo das produções desenvolvidas por todas as instituições participantes do projeto, e apresentaram, com grande receptividade, parte do trabalho desenvolvido em curtas-metragens, portfólios criativos e figurinos pelos mais de 100 alunos que passaram pela Spectaculu no ano passado.

 

Exposição de trabalhos da Spectaculu no Royal Opera House durante evento de encerramento do Design Challenge 2015 (Créditos: Sarah Macshane – British Council – 2015)

 

O morador da comunidade da Rocinha Ipojucan ficou maravilhado com tudo que viu e acredita que o intercâmbio tenha sido um divisor de águas em sua vida profissional: “Foram 12 dias muito intensos, de imersão mesmo na indústria criativa. Ir a Londres com a Spectaculu me fez descobrir o profissional que eu quero ser, que preciso estudar mais e que posso investir em meus projetos pessoais”, resume o jovem, que agora sonha em trabalhar com direção artística e montar um projeto para crianças em sua comunidade. “Quero passar à frente tudo que aprendi”.

 

Jillian Barker, diretora do Royal Opera House, observa os trabalhos apresentados pela Spectaculu na exposição de encerramento do Design Challenge 2015 (Créditos: Sarah Macshane – British Council – 2015)

 

 

Cidadania e mercado

Dentre as muitas conclusões retiradas da visita, o coordenador pedagógico Rogério destaca a principal diferença entre o ensino técnico brasileiro e britânico: “O jovem é a nossa pauta em comum, mas, aqui, nós ainda estamos construindo um ensino técnico que busca formar cidadãos. Lá, o foco é o business”. A opinião é compartilhada pela gestora de programas do Cultural Skills / British Council UK Sarah Macshane: “Acredito que o Reino Unido pode aprender muito com a Spectaculu sobre sua maneira de trazer para seu ensino técnico assuntos difíceis como economia, política, raça, gênero etc. Mas por outro lado, o Brasil pode aprender com as instituições educacionais britânicas que trabalham muito diretamente com a indústria criativa”, explica.

A experiência do Design Challenge no Brasil segue com mais uma edição em 2015, buscando desta vez alcançar também escolas públicas e expandir as fronteiras do ensino técnico de teatro.