Curral Grande

Peça de coletivo baiano envolve um instrutor e dois jovens da Spectaculu

 

Diretamente dos anos 1930 do sertão nordestino para a região central do Rio de Janeiro na primeira década dos anos 2010, o espetáculo de produção baiana “Curral Grande” ganhou um toque bem carioca. A peça, em cartaz até domingo (10/08) no Parque das Ruínas, conta com a expertise de jovens da Spectaculu: o instrutor de Adereços Eric Fuly e os assistentes formados na escola Thiago Pessanha e Fernando Queiroz integram a equipe de cenografia.

 

Foto: Rodrigo Menezes

 

“Curral Grande” é uma produção do Coletivo Ponto Zero, grupo fundado em Salvador que veio ao Rio apresentar o espetáculo através do projeto de residência VEM!. O espectador conhece um pouco dos dramas pessoais vividos nos campos de concentração que dizimaram milhares de flagelados no Nordeste durante os anos de 1932 e 1933. Conhecidos como currais humanos, estes espaços visavam evitar a migração em massa para as grandes cidades dos agricultores afetados pela seca – atraídos com falsas promessas de emprego, mais de 16 mil pessoas morreram vítimas da fome e das péssimas condições de trabalho lá encontradas.

 

Arara e "curral" fazendo parte do cenário - Foto: Rodrigo Menezes
Arara de figurino e “curral” fazendo parte do cenário do espetáculo do Coletivo Ponto Zero – Foto: Rodrigo Menezes

 

“Por conta dessa história, os personagens encenam, de fato, dentro de um curral grande”, explica Eric Fuly, que concebeu a cenografia e tem em seu currículo trabalhos importantes, como o recente musical “The Book of Mormon”. Eric contou com a ajuda do assistente Thiago Pessanha e a colaboração de Fernando Queiroz para criar o curral em metal e pele de boi onde é encenada a peça. Uma arara de figurino também faz parte do cenário, de modo que os cinco atores possam se montar e desmontar em cena para interpretar os 40 personagens do espetáculo. Para Thiago Pessanha, que pela primeira vez trabalhou em uma produção teatral, foi um desafio gratificante: “No teatro, é preciso estar pronto para as surpresas. Durante o processo, tive que estar ligado sempre em possíveis mudanças, analisar a resistência de materiais, entre outros imprevistos comuns ao meio. Foi incrível”, resume o jovem.

 

Foto: Rodrigo Menezes

 

Depois da curta temporada no Parque das Ruínas, “Curral Grande” segue para o Centro Municipal de Artes Calouste Gulbenkian, onde realiza apresentações por mais duas semanas.

 

Espetáculo “Curral Grande”

Até 10/08 (Sexta a Domingo), às 19h30

Endereço: Parque das Ruínas (Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa)

Ingressos: R$30 e R$15 (R$10 para classe artística; 50% de desconto na apresentação da filipeta)

 

Foto: Rodrigo Menezes
Foto: Rodrigo Menezes